Jardim Matemático

Jardim Matemático

O-lá!

Já sabemos que, no processo de aprendizagem da matemática na infância, a construção do número não deve ser reduzida à simples memorização de algarismos ou à repetição mecânica de sequências, não é mesmo? A criança precisa compreender o número como um conceito relacional, ligado à quantidade, à transformação e à composição.

Constance Kamii e Georgia DeClark, no livro Reinventando a Aritmética (1998), defendem que a criança só pode desenvolver o verdadeiro conceito de número por meio da atividade mental autônoma, e não por imposição externa. Para elas,

O número é uma criação mental que não pode ser ensinada diretamente, mas construída pela própria criança através da ação.

Essa construção se dá quando a criança manipula quantidades, experimenta diferentes formas de agrupamento e busca soluções para problemas significativos.

As autoras também destacam:

O ensino da aritmética deve permitir que a criança pense, invente, resolva problemas e, com isso, construa suas próprias estruturas lógicas.

Portanto, precisamos pensar em maneiras criativas para favorecer o desenvolvimento dessas habilidades. Foi pensando nisso que nasceu o Jardim dos Números. Os desafios deste jogo convidam a criança a experimentar, comparar e explicar suas escolhas, o que amplia o pensamento lógico-matemático e fortalece o aprendizado pela via da ação refletida.

Mais do que um jogo, trata-se de uma experiência colaborativa e simbólica. Não há competição, nem vencedores ou perdedores. O objetivo é comum: preencher os canteiros e, juntos, fazer florescer um jardim. Isso cria um ambiente de troca, escuta e cooperação — aspectos fundamentais na educação infantil.

Sugestão de uso:

  1. Coloque o tabuleiro em uma superfície plana. Posicione as cartas em uma pilha, próximas ao totem do Sr. Florêncio.
    Entregue para cada criança algumas fichas com flores e cola (se possível, permita que elas mesmas recortem as flores — essa etapa também é rica em aprendizado).
  2. Em seguida, retire uma carta da pilha, leia o desafio em voz alta e convide as crianças a completarem o canteiro indicado, de acordo com o que foi solicitado.
  3. Ao final da atividade, as crianças podem expor seus trabalhos — e, assim, perceber que cada flor colada é mais do que uma resposta certa ou errada: é parte de um jardim coletivo, que floresce com as escolhas, os gestos e as ideias de cada um.

💡 Habilidades estimuladas:

  • Correspondência um a um;
  • comparação de quantidades;
  • atenção e classificação de elementos por atributos (cor, tamanho, tipo de flor);
  • criação de estratégias próprias para resolver pequenos problemas;
  • atenção e concentração;
  • compreensão e execução de ações;
  • linguagem oral;
  • e até mesmo o desenvolvimento socioemocional, ao jogar em grupo e respeitar regras.

É isso! Gostou do que viu por aqui?

Um abraço e até o próximo post 🙂

📚 Referência Bibliográfica:

KAMII, Constance; DECLARK, Georgia. Reinventando a aritmética: implicações da teoria de Piaget. 13. ed. Campinas: Papirus, 1997.

Arquivo digital em formato PDF contendo:

  • 26 fichas;
  • 01 tabuleiro;
  • 01 cartela com flores;
  • 01 totem do Sr. Florêncio;
  • 01 embalagem;
  • Instruções de uso.

Para você imprimir, montar e jogar

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❓ Talvez você queira saber:

  1. Como saber se a criança realmente entende o que está contando ou só está repetindo a sequência numérica de forma mecânica?
    Uma criança que repete os números mecanicamente pode contar até 10, por exemplo, mas errar ao distribuir objetos ou pular elementos. Já uma criança que compreende a contagem sabe que cada número representa uma quantidade, usa a correspondência um a um e entende que o último número contado indica “quanto tem”.
    Um bom indicador é observar se, ao pedir para ela contar quantas flores há em um canteiro, ela toca ou aponta para cada uma com intenção e consegue dizer com segurança quantas são ao final — e não apenas cantar a sequência “um, dois, três…” como uma música decorada.
  1. Esse jogo é indicado para qual faixa etária e qual fase do desenvolvimento lógico-matemático?

    O Jardim dos Números foi pensado especialmente para crianças de 4 a 6 anos, que estão na fase de pré-operatório, segundo Piaget, e em processo de construção do conceito de número. Nessa etapa, é essencial trabalhar com situações concretas e significativas, pois a criança ainda não opera com abstrações. No entanto, como sempre gosto de lembrar, a idade é apenas uma referência. Uma criança com idade mais avançada que ainda não construiu esse conceito também pode se beneficiar muito da proposta.

  1. Como os adultos podem acompanhar e enriquecer o jogo, sem interferir demais nas escolhas da criança?
    A função do adulto, seja professor, psicopedagogo ou familiar, é ser um mediador sensível — alguém que observa, estimula e faz boas perguntas, sem dar respostas prontas.
    Por exemplo, ao invés de dizer “você colocou errado, são só quatro flores”, o adulto pode perguntar: “Vamos contar juntos pra ver quantas tem aqui?” ou “Será que dá pra completar esse canteiro de outro jeito?”
    Essa abordagem valoriza o pensamento da criança, respeita o tempo dela e incentiva o desenvolvimento da autonomia e da reflexão.

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