Leia e Avance

Leia e Avance

O-lá!

Aprender a ler não é um processo natural nem passivo. Ao contrário da linguagem oral, que se desenvolve espontaneamente em contextos de interação, a leitura exige um esforço consciente de decodificação, construção de sentido e integração entre diferentes sistemas cognitivos. É uma conquista cultural complexa, que exige do cérebro a reorganização de circuitos já existentes, conectando sons, letras e significados.

Como explica Stanislas Dehaene (2012, P. 63):

A identificação das letras e das palavras é um processo ativo de decodificação no qual o cérebro acrescenta a informação ao sinal visual.

Ou seja, o cérebro do leitor não se limita a decodificar símbolos visuais, mas interpreta ativamente aquilo que vê. Esse funcionamento ocorre em todo ato de leitura: ao reconhecer as letras, o cérebro busca sons, significados e conhecimentos já armazenados, combinando essas informações de forma automática e rápida. Quando há pistas contextuais prévias — como o tema do texto ou o campo de vocabulário esperado —, o cérebro dispõe de ainda mais informações para enriquecer o processo de decodificação.

No caso de leitores iniciantes, ainda em fase de consolidação da correspondência entre letras e sons, essa antecipação de contexto pode ser uma estratégia pedagógica importante. Ao informar previamente, por exemplo, que o conteúdo da leitura envolve nomes de animais, cria-se uma base de apoio para o processamento da informação, reduzindo a sobrecarga cognitiva e permitindo que a criança concentre seus recursos mentais na decodificação e no reconhecimento das palavras.

No jogo Leia e Avance, essa proposta é intencionalmente utilizada. As listas de palavras favorecem o acesso ao léxico e, quando necessário, contribuem para a ampliação e consolidação de novas palavras. Assim, o jogo estimula a fluência, fortalece a memória ortográfica e permite que o processo ativo de leitura descrito por Dehaene ocorra de forma lúdica, segura e desafiadora.

Afinal, como nos lembra Dehaene, é o cérebro que, ao interpretar o que vê, torna a leitura possível.

Ufa, mas vamos à explicação do jogo?… Rsrs!

Sugestão de uso:

  1. Coloque o tabuleiro em uma superfície plana e as cartas em uma pilha, com o texto voltado para baixo.
  2. Na sua vez, a criança sorteia uma carta, lê as palavras e avança no tabuleiro o mesmo número de casas correspondente à quantidade de palavras lidas (ex.: se leu três palavras, avança três casas).
  3. Se o peão parar na base de uma escada, a criança sobe o até o topo da escada.
  4. Se o peão parar na cabeça de uma cobra, a criança desce até o final da cauda da cobra.
  5. O jogo segue dessa forma até que um dos jogadores chegue ao final da trilha, sendo o vencedor.

É isso! Gostou do que viu por aqui?

Um abraço e até o próximo post 🙂

Referência Bibliográfica

DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Tradução de Leonor Scliar-Cabral. Porto Alegre: Penso, 2012.

Arquivo digital em formato PDF contendo:

  • 32 cartas com palavras;
  • 04 cartas desafio;
  • 04 peões;
  • 01 tabuleiro;
  • 01 embalagem;
  • Instruções de uso.

Para você imprimir, montar e jogar

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Talvez você queira saber:

1. Além da leitura, o jogo trabalha outras habilidades cognitivas?

Sim. Embora o foco principal seja a leitura de palavras, o jogo também estimula outras funções cognitivas importantes no processo de alfabetização, como atenção e memória de trabalho.

2. Pode ser usado em atendimentos individuais e também em sala de aula?

Sim. Pode ser aplicado tanto em contextos individuais, como em atendimentos psicopedagógicos e de reforço escolar, quanto em pequenos grupos em sala de aula. Em grupo, além dos aspectos cognitivos, o jogo também favorece aspectos socioemocionais, como respeito às regras, espera da vez e interação entre colegas. A proposta lúdica permite que o jogo se adapte facilmente a diferentes contextos educativos.

3. Por que você não usou as imagens dos animais?

Neste jogo, a proposta central é estimular o reconhecimento e a leitura da palavra escrita, favorecendo que a criança ative o conhecimento linguístico, e não apenas o visual. Sem a imagem, a criança precisa realmente ler para acessar o significado, o que fortalece a correspondência grafema-fonema, o reconhecimento ortográfico e a ampliação do vocabulário.
Em outros jogos disponíveis no site, trabalhamos com imagens justamente porque o objetivo pedagógico é outro. Cada jogo é pensado de acordo com as habilidades que se pretende estimular.

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