O-lá!
Primeiramente, quero iniciar este texto dizendo que o jogo “Carinhas” está gratuitooooo! Um mimo adiantado pelo Dia da Criança e Dia do Professor que comemoramos este mês.
Segundamente…Rsrs! Eu quero falar um pouco sobre desenvolvimento infantil e funções executivas antes de apresentar o jogo para vocês. Então, senta aí, porque o texto ficou longo! Mas, se você está com pressa e só quer o jogo, pode rolar direto até o final que o link está lá!
Agora sim… 1, 2, 3… começando:
O desenvolvimento infantil é um processo dinâmico e multifacetado que abrange diversas áreas, como o físico, emocional, social e cognitivo. Ele é influenciado por uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, ambientais e culturais. Desde o início da vida, as crianças demonstram uma impressionante capacidade de adaptação, respondendo de maneira única aos estímulos ao seu redor. Os fatores genéticos fornecem a base inicial, mas o ambiente em que a criança cresce, incluindo o apoio familiar, a educação e as interações sociais, tem um papel fundamental na forma como esse potencial se expressa. As crianças enfrentam desafios diários, e a maneira como lidam com essas situações varia de acordo com suas experiências e o ambiente em que estão inseridas. Isso destaca a importância de um ambiente que promova seu crescimento saudável, tanto emocional quanto intelectual.
Nesse contexto, é essencial lembrar que:
Toda criança é semelhante a inúmeras outras em alguns aspectos e singularíssima em outros” (ANTUNES, 2003, p. 16).
Ou seja, cada criança é única, e, ao reconhecermos suas individualidades, conseguimos criar estratégias de aprendizado mais eficazes, ajustadas às suas necessidades específicas.
Estimular as funções executivas – como o controle inibitório, a flexibilidade cognitiva e a memória de trabalho, entre outras – é parte deste processo. Essas funções abrangem uma ampla gama de habilidades que ajudam a organizar pensamentos, planejar e tomar decisões, sendo fundamentais não apenas para o sucesso escolar, mas também para a vida cotidiana.
Podemos pensar em ambientes de aprendizagem que promovam essas funções executivas através de jogos e brincadeiras. O aprendizado se torna muito mais eficaz quando a criança participa ativamente e se diverte, garantindo que as habilidades adquiridas sejam incorporadas de forma prática e duradoura.
Hoje, estou disponibilizando gratuitamente o jogo “Carinhas”. Ele é uma ferramenta divertida e envolvente para estimular funções executivas, ajudando as crianças a desenvolverem habilidades como controle de impulsos, atenção e rapidez na tomada de decisões. E tem mais: o “Carinhas” também pode abrir espaço para conversas sobre expressões faciais e emoções. Abaixo, explico tudo em detalhes!
Sugestão de Uso:
- Coloque as cartas em uma pilha com as imagens viradas para baixo.
- Se possível, disponibilize uma sineta.
- Vire a primeira carta da pilha e, antes de continuar o jogo, deixe que as crianças observem e falem sobre as expressões faciais das carinhas. Incentive-as a descrever o que cada carinha representa, como alegria, tristeza, raiva, surpresa, etc. Isso promove uma conversa sobre emoções e estimula a fala.
- Peça às crianças que escolham uma das carinhas e a sinalizem com uma seta.
- Em seguida, vire a próxima carta. Se houver uma carinha igual à escolhida anteriormente, a criança deve bater na sineta. Quem bater primeiro e acertar fica com a carta.
- Se a criança bater na sineta impulsivamente, sem que haja uma carinha igual, o outro jogador fica com a carta.
- Ganha quem conquistar mais cartas.
Variação: Encontrar uma carta que não tenha a carinha selecionada.
Você percebeu que podemos explorar o jogo para falar sobre expressões faciais e emoções, não é mesmo? Porém, vamos ver como as funções executivas, que são o foco deste post, são estimuladas neste jogo?
- Controle inibitório: O controle inibitório é estimulado quando a criança precisa conter o impulso de bater na sineta imediatamente e esperar o momento certo, ou seja, quando identifica uma carinha igual à anterior. Esse autocontrole é fundamental para evitar ações impulsivas e agir de maneira consciente e pensada.
- Memória de trabalho: A memória de trabalho é constantemente utilizada quando a criança precisa recordar qual carinha foi escolhida anteriormente e compará-la com as novas cartas viradas. Esse processo de retenção e comparação ajuda a fortalecer a memória de curto prazo, essencial para a aprendizagem.
- Flexibilidade cognitiva: A flexibilidade cognitiva é trabalhada quando a criança precisa mudar rapidamente de estratégia se perceber que agiu impulsivamente e precisa se adaptar. Esse ajuste mental, de avaliar o erro e alterar o comportamento, é uma habilidade chave para lidar com diferentes situações no dia a dia. Além disso, a cada nova carta virada, a criança precisa adaptar sua atenção de uma carinha para outra, descartando as opções que não são relevantes. Isso requer flexibilidade cognitiva, pois ela deve alternar entre diferentes estímulos e ajustar sua estratégia continuamente.
- Atenção sustentada: O jogo exige que a criança mantenha a atenção por um período prolongado para identificar corretamente as correspondências entre as carinhas. Manter o foco no jogo ajuda a criança a desenvolver a capacidade de se concentrar em uma tarefa até completá-la.
- Atenção seletiva: A criança precisa concentrar-se em uma única carinha entre várias opções e descartar as irrelevantes, exercitando sua capacidade de focar em estímulos específicos e ignorar distrações.
- Tomada de decisão: A habilidade de tomada de decisão é ativada quando a criança avalia rapidamente se deve bater na sineta ou esperar a próxima carta. Isso envolve uma análise rápida e a escolha da melhor ação em um curto período, o que fortalece a capacidade de decidir sob pressão.
Gostou do que viu por aqui? Que tal me contar nos comentários? Eu amo receber feedback!
Um abraço e até a próxima 😊
Referência Bibliográfica:
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
Clique no link abaixo para adquirir o arquivo PDF contendo:
- 23 cartas;
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Talvez você queira saber:
1) Quais adaptações podem ser feitas para que o jogo beneficie crianças com necessidades educacionais especiais, como crianças com TDAH ou autismo?
Para adaptar o jogo “Carinhas” a crianças com TDAH ou autismo, é importante considerar algumas estratégias que ajudem a manter o foco e reduzir a frustração. Para crianças com TDAH, pode-se introduzir pausas curtas durante o jogo, para que elas possam descansar e se reorganizar. Já para crianças com autismo, adaptações podem incluir simplificar as regras, como retirar a necessidade de bater na sineta e focar apenas no reconhecimento de figuras iguais. Instruções claras e repetitivas também ajudam, assim como o uso de reforço positivo a cada conquista, reforçando comportamentos adequados e o controle de impulsos.
2) Qual é a faixa etária mais apropriada para jogar “Carinhas”?
O jogo “Carinhas” é recomendado para crianças a partir de 4 anos, pois nessa idade elas já começam a desenvolver as habilidades necessárias para reconhecer padrões e trabalhar com jogos de memória. No entanto, essa idade é apenas uma sugestão, pois depende muito do desenvolvimento individual de cada criança. Algumas crianças podem estar prontas um pouco antes, enquanto outras podem precisar de mais tempo para desenvolver as habilidades necessárias para jogar. O importante é adaptar o jogo às necessidades e ritmo da criança. Observando o interesse e o nível de concentração, é possível ajustar o número de cartas ou simplificar as regras para garantir que a experiência seja divertida e enriquecedora, independentemente da idade.
3) Como podemos observar e monitorar o progresso das crianças em relação ao desenvolvimento de funções executivas ao longo do tempo com o uso do jogo?
Para monitorar o progresso das crianças no desenvolvimento de funções executivas através do jogo “Carinhas”, é importante observar e anotar comportamentos específicos ao longo de várias sessões de jogo. Uma forma eficaz é criar uma tabela de observação que registre, por exemplo, a frequência com que a criança consegue controlar seus impulsos (não bater na sineta de forma precipitada), sua capacidade de manter a atenção por períodos maiores e sua habilidade em tomar decisões de forma mais rápida e acertada. Além disso, é possível registrar o tempo que a criança leva para completar uma partida e como ela lida com os erros ao longo do jogo. O progresso pode ser monitorado também na forma como a criança ajusta suas estratégias cognitivas, mostrando flexibilidade cognitiva ao mudar táticas de jogo quando necessário. Esses registros podem ser revisados com o passar do tempo, para identificar melhorias em cada habilidade das funções executivas.
Se ficou com outras dúvidas, pode deixar nos comentários que eu terei o maior prazer em responder ou entre em contato!
2 Comentários
Gente!! vcs são necessários DEMAISSS
Material maravilhoso!!!
Querida Rosana, obrigada pelo carinho! ❤️
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