O-lá!
Quando falamos em aprendizagem da matemática nos primeiros anos escolares, estamos lidando com um processo que vai muito além de memorizar números ou resultados de contas. Trata-se de desenvolver o sentido numérico, ou seja, a capacidade de compreender que os números expressam quantidades, se organizam em uma sequência e se relacionam entre si.
Como destacam Bigode e Frant (2011, p. 9):
“Nos primeiros anos do ensino fundamental, as crianças iniciam o desenvolvimento do sentido numérico e ainda estão atribuindo significados para as relações de natureza numérica. Esse é um processo natural, que exige tempo e refere-se principalmente ao ensino de contagem, das medidas e da visualização dos números.”
Nesse percurso, conceitos como antecessor e sucessor são fundamentais. Identificar o número que vem antes ou depois na sequência ajuda a criança a perceber que os números não estão isolados: eles se conectam e formam uma linha contínua. Essa compreensão irá contribuir para que a criança avance em aprendizagens matemáticas mais complexas.
Uma forma lúdica de explorar esses conceitos é o jogo que eu trouxe hoje como sugestão: “Seu Vizinho”. Nele, a criança precisa resolver operações de adição e subtração e, em seguida, identificar o antecessor ou sucessor do resultado. Ao fazer isso, não apenas exercita a contagem e o cálculo, mas também fortalece a noção de vizinhança entre os números, quem está antes, quem está depois, consolidando a ideia de sequência numérica.
O jogo transforma um conceito abstrato em uma experiência concreta e divertida. Essa vivência lúdica, somada à mediação do adulto, torna a aprendizagem mais significativa e coerente com o que a literatura científica aponta sobre o desenvolvimento do pensamento matemático nos anos iniciais.
Bora saber como usar?
Sugestão de Uso:
- Coloque o tabuleiro em uma superfície plana e as cartas dentro de uma sacola.
- Cada criança, na sua vez, pega uma carta, resolve a operação matemática e, em seguida, procura no tabuleiro o número e anota o seu antecessor ou sucessor (dependendo do que estiver sendo pedido).
- O jogo termina quando o tabuleiro estiver completo.
O que o jogo desenvolve?
- Compreensão de antecessor e sucessor;
- fortalecimento da sequência numérica;
- prática de adição e subtração;
- desenvolvimento do sentido numérico.
E mais: cooperação e trabalho em equipe. Percebeu que, além de trabalhar matemática, este jogo também favorece o trabalho em equipe e a cooperação?
Como não há a figura de “vencedor” ou “perdedor”, todos jogam juntos para completar o tabuleiro. Isso permite que cada criança contribua com seu raciocínio, no seu tempo, e sinta que faz parte de um processo coletivo.
Jogos com esse formato têm um papel fundamental no desenvolvimento infantil, pois:
- Promovem a participação ativa de todos, independentemente do nível de habilidade;
- reforçam a ideia de que aprender pode ser uma construção coletiva;
- ajudam a criança a valorizar o esforço do colega, entendendo que cada contribuição é importante.
Ou seja, estamos diante de um recurso que não apenas consolida conceitos matemáticos, mas também fortalece valores essenciais para a vida em sociedade.
É isso! Gostou do que viu por aqui?
Um abraço e até o próximo post.
Referência Bibliográfica
BIGODE, Antonio J.L; FRANT, Janete Bolite. Matemática: soluções para dez desafios do professor. São Paulo: Ática, 2011.
Clique no link abaixo para você adquirir o arquivo PDF contendo:
- 36 fichas (adição e subtração);
- 01 tabuleiro;
- 01 embalagem;
- Instruções de uso.
-
Arquivo Seu VizinhoR$14.50
Talvez você queira saber:
- Em que faixa etária é mais indicado o jogo “Seu Vizinho”?
O jogo é mais adequado para crianças do 1º e 2º ano do ensino fundamental (aproximadamente 6 e 7 anos), quando estão consolidando a noção de sequência numérica, antecessor e sucessor.
- Como adaptar o jogo para crianças que ainda não dominam bem a adição e a subtração?
Nesses casos, pode-se usar materiais concretos, como o material dourado, palitos ou tampinhas, para que a criança visualize a operação e consiga resolver com mais segurança. Esse apoio ajuda a transformar o cálculo em algo palpável, tornando o aprendizado mais acessível e significativo.
- O jogo pode ser usado também com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem em matemática?
Sim. O jogo é um excelente recurso para crianças com dificuldades, justamente por ser visual, prático e lúdico. Ele permite que a criança experimente, erre, corrija e avance no seu próprio ritmo. Além disso, por não ter a lógica de ganhadores e perdedores, diminui a ansiedade em relação ao desempenho, tornando a aprendizagem mais leve e motivadora. Para algumas crianças isso é fundamental.




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