Caça-palavras Gigante

Caça-palavras Gigante

O-lá!

Aprender a ler e a escrever é uma construção complexa, que envolve experiências significativas com a linguagem, a percepção dos sons e a familiarização com o sistema alfabético de forma lúdica e prazerosa.

Como afirma Ana Albuquerque (2022, p. 79):

Não se trata de ensinar as crianças a ler ou a escrever de uma forma formal e rigorosa, mas sim de promover o desenvolvimento de habilidades básicas de leitura e escrita, isto é, planejar atividades impulsionadoras da aprendizagem.[…]

Essa perspectiva nos convida a repensar as práticas de ensino, priorizando experiências que despertem o interesse e favoreçam o desenvolvimento de habilidades que antecedem e sustentam a alfabetização.

Pensando nisso, trouxe como sugestão o jogo “Quebra-Cabeça Gigante”.

Habilidades estimuladas com o jogo:

  • Percepção visual;
  • atenção e concentração;
  • reconhecimento de letras e associação entre som e grafema;
  • desenvolvimento da consciência fonêmica;
  • pensamento lógico;
  • velocidade de processamento;
  • interesse e prazer pela leitura e pela escrita.

Sugestão de uso:

  1. Coloque o tabuleiro em uma superfície plana e as cartas dentro de uma sacola.
  2. Se possível, disponibilize uma ampulheta.
  3. Cada criança, na sua vez, pega uma carta da sacola e, dentro do tempo estipulado, tenta encontrar no tabuleiro o nome da figura. Se conseguir, fica com a carta.
  4. Ganha o jogo quem conquistar mais cartas.

O Quebra-Cabeça Gigante é uma forma divertida de colocar a criança em contato com as letras e palavras, favorecendo a observação, a comparação e a construção ativa do conhecimento sobre o sistema de escrita. Esse tipo de experiência, além de ampliar o repertório linguístico, fortalece a autoconfiança e o prazer em aprender, dois ingredientes indispensáveis para o avanço na alfabetização.

Espero que essa ideia inspire boas práticas e momentos de descoberta por aí!
Um abraço e até o próximo post!

Referência Bibliográfica:

ALBUQUERQUE, Ana. Linguagem escrita na educação infantil: práticas pedagógicas promotoras da aprendizagem em sala de aula. In: SARGIANI, Renan (org.). Alfabetização baseada em evidências: da ciência à sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2022

Clique no link abaixo para adquirir o arquivo PDF contendo:

  • 24 cartas;
  • 01 tabuleiro;
  • 01 embalagem;
  • instruções de uso.

Para você imprimir, montar e jogar 🙂

Talvez você queira saber:

1. O jogo pode ser utilizado com crianças em diferentes fases da alfabetização, inclusive as que ainda não reconhecem todas as letras?

Sim. O Quebra-Cabeça Gigante pode e deve ser adaptado conforme a fase de desenvolvimento da criança.
Com crianças em fase pré-silábica, é importante oferecer um banco de palavras (uma lista com os nomes das figuras), para que o adulto possa mediar o processo de descoberta. A criança observa a figura sorteada, analisa a lista e, com o apoio do mediador, tenta identificar qual palavra corresponde ao nome da figura, explorando aspectos como letra inicial, letra final e semelhanças visuais entre as palavras.

Esse trabalho favorece a percepção das relações entre fala e escrita antes mesmo do domínio pleno do sistema alfabético. Somente após essa etapa de exploração guiada, pode-se propor o desafio de procurar a palavra no tabuleiro dentro de um tempo cronometrado.

Já com crianças em níveis silábico e alfabético, o jogo pode ser realizado de forma mais autônoma, estimulando a correspondência som-grafema e a ampliação da fluência visual na leitura.

2. Qual a importância de incluir um tempo limite (como a ampulheta) na dinâmica do jogo? Isso ajuda ou pode gerar ansiedade?

O tempo limite, quando usado de forma lúdica e não punitiva, contribui para o desenvolvimento da velocidade de processamento, da atenção seletiva e da autorregulação emocional. A criança aprende a manter o foco mesmo diante da pressão do tempo, o que favorece o desempenho cognitivo. No entanto, é importante que o adulto observe as reações: se o tempo estiver gerando frustração exagerada, ele pode ser ajustado ou retirado. O objetivo é estimular o desafio saudável, não a competição estressante.

3. Esse tipo de atividade realmente fortalece a relação entre som e grafema ou seria necessário trabalhar de forma mais direta com fonemas?

O jogo favorece o fortalecimento da relação entre som e grafema de forma contextualizada. Ao procurar o nome da figura no tabuleiro, a criança precisa identificar as letras que correspondem aos sons que ela pronuncia, o que ativa processos de análise fonológica e de reconhecimento visual das letras. Embora o trabalho direto com fonemas também seja importante, atividades como essa aprofundam a consciência fonêmica dentro de um contexto significativo, em vez de tratar os sons isoladamente.

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