O-lá!
Antes mesmo de entrar na escola, a criança já convive com a escrita: vê adultos fazendo listas, observa placas nas ruas, manuseia livros e embalagens. Ela vive experiências com a linguagem escrita nos contextos sociocultural e familiar e, a partir dessas vivências, começa a construir suas primeiras ideias sobre o que é escrever.
Mas é na escola, com mediação intencional e sistemática, que esse processo se aprofunda. Como afirma Magda Soares (2022, p. 51, grifo do autor):
A criança vive, assim, experiências com a língua escrita nos contextos sociocultural e familiar. Mas é pela interação entre seu desenvolvimento de processos cognitivos e linguísticos e a aprendizagem proporcionada de forma sistemática e explícita no contexto escolar que a criança vai progressivamente compreendendo a escrita alfabética como um sistema de representação de sons da língua (os fonemas) por letras – apropria-se, então, do princípio alfabético.
A apropriação da escrita alfabética não acontece de forma espontânea nem automática. Ela exige intencionalidade pedagógica, escuta sensível e propostas que dialoguem com o que a criança já sabe e com o que ainda precisa descobrir. É nesse encontro entre o vivido e o aprendido que a alfabetização ganha força.
Pensando nisso, o jogo Correio de Palavras foi criado como uma proposta lúdica, planejada para estimular a leitura e a escrita de palavras.
Sugestão de Uso:
- Coloque o tabuleiro em uma superfície plana.
- Entregue para cada criança uma “bolsa de carteiro” com três palavras de cada categoria.
- A criança joga o dado e avança o número de casas correspondente.
- Ao parar, observa a categoria indicada na casa (ex: animais, alimentos, objetos).
- Em seguida, precisa “entregar” a mesma quantidade de palavras que foi sorteado no dado, dentro da categoria indicada.
- Se não tiver palavras suficientes na sua bolsa, deve escrevê-las para completar a entrega.
- Todos devem ir até o final da trilha e vence quem tiver feito o maior número de entregas ao final do percurso.
👉 Dica pedagógica: Combine com as crianças que a leitura das palavras deve ser feita em voz alta, porque o carteiro precisa conferi-las antes da entrega. 🙂
Variação:
A criança lança o dado, observa a categoria sorteada (ex: animais, alimentos, objetos etc.) e precisa dizer em voz alta o maior número possível de palavras que lembra.
Você pode usar um cronômetro (30 segundos, por exemplo) ou deixar mais livre, dependendo do grupo.
Habilidades estimuladas nessa variação:
- Memória de longo prazo (resgate de palavras já vistas ou ditas);
- Atenção sustentada (manter o foco durante a evocação);
- Organização verbal (acesso e fluência na nomeação);
- Ampliação de vocabulário;
- Categorização e evocação sem apoio visual.
O Correio de Palavras pode ser usado em atendimentos individuais, em duplas ou pequenos grupos. Ele permite ao professor observar leitura, hipóteses de escrita, atenção, e tudo isso em um contexto lúdico, motivador e significativo.
Referência Bibliográfica:
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2022.
Clique no link abaixo para adquirir o arquivo PDF contendo:
- 01 tabuleiro;
- 02 peões;
- 01 embalagem “bolsa de carteiro”;
- 20 fichas com 60 palavras;
- Instruções de uso.
Para você imprimir, montar e usar 🙂
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Arquivo Correio de PalavrasR$14.50
Talvez você queira saber:
1) É necessário que a criança já esteja alfabetizada para jogar?
Não. O jogo foi pensado justamente para ser usado durante o processo de alfabetização. Mesmo crianças que ainda não escrevem ou leem convencionalmente podem participar, seja reconhecendo palavras, tentando escrevê-las com apoio ou jogando em duplas com colegas mais experientes.
2) Posso usar o jogo em atendimentos individuais?
Sim! O Correio de Palavras pode ser utilizado em atendimentos individuais, inclusive em contextos clínicos, como na psicopedagogia. Nesses casos, o jogo permite uma observação detalhada das estratégias e hipóteses da criança, favorecendo intervenções mais direcionadas. Também pode ser jogado em duplas ou pequenos grupos, com ajustes na condução conforme o objetivo pedagógico.
3) Este jogo é indicado para qual fase da alfabetização?
Para qualquer criança em processo de alfabetização. No entanto, pode ser mais proveitoso para crianças que estão nas fases silábica com valor sonoro e silábico-alfabética. Para crianças alfabéticas, talvez não represente tanto desafio, a menos que você adapte o jogo, propondo, por exemplo, que escrevam frases com as palavras das categorias.
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