Número Secreto

Número Secreto

O-lá!

Muita gente reconhece o quanto a matemática está em tudo: nas compras do mercado, no trabalho, na organização do tempo, na compreensão de dados… Ainda assim, com frequência, a disciplina ganha fama de “difícil” ou “distante da vida real”.

Como lembram os autores:

A matemática é uma ciência curiosa e interessante, cujas aplicações na vida cotidiana e no mundo do trabalho e das ciências são de importância reconhecida por todos. Entretanto, a imagem pública da matemática escolar, construída ao longo das décadas, parece divorciada da importância que a ela se atribui” (BIGODE; FRANT, 2011, p. 6)

Nossa proposta com o jogo “Número Secreto” é contribuir para aproximar a matemática da experiência da criança, transformando o conteúdo em descoberta, investigação e conversa. Ao ler pistas, comparar possibilidades e justificar a resposta, a criança vivencia a matemática como linguagem para pensar, e não apenas como um conjunto de contas.

O que a criança pratica ao jogar:

  • Pensamento lógico-dedutivo: encadear pistas, eliminar hipóteses e sustentar a escolha final com argumentos (ex.: “é 50 porque é par, está entre 46 e 51 e não é o dobro de 24”).
  • Compreensão da reta numérica (0–100): ordenar, estimar, perceber intervalos (“maior que… menor que…”), localizar números e pensar em vizinhanças numéricas.
  • Fatos básicos e operações: somar, subtrair, multiplicar e dividir.
  • Propriedades simples dos números: par/ímpar, composição e decomposição (10 + 15), aproximações e pistas ligadas a tabuadas familiares.
  • Linguagem matemática e clareza comunicativa: ler com atenção, interpretar “maior que e…” e explicar o raciocínio ao colega.
  • Funções executivas: atenção sustentada, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e autocontrole.

Por que funciona:

  • Contexto de brincadeira: a dinâmica de descobrir o número cria propósito e engajamento.
  • Pistas curtas e progressivas: cada carta pede combinar informações; nenhuma pista isolada resolve tudo, o que favorece o pensamento lógico-dedutivo e evita chutes.
  • Feedback imediato: ao verificar a resposta, a criança percebe onde acertou ou errou e ajusta estratégias.
  • Generalização: os mesmos modos de pensar (comparar, estimar, justificar) aparecem na vida diária, como no troco, na leitura de tabelas e de horários.

Mediação que potencializa a aprendizagem:

Modelar a leitura das pistas: ler pausadamente e sublinhar palavras-chave (“maior que…”, “par/ímpar”, “dividir por 2”).

Pedir justificativas: “qual pista eliminou esse número?” e “o que te fez trocar de hipótese?”.

Ufa! Cansei… Rsrs! Vamos a explicação do jogo?

Sugestão de uso:

  1. Coloque o tabuleiro sobre uma superfície plana.
  2. Deixe as fichas em uma pilha.
  3. Cada jogador, na sua vez, pega uma ficha da pilha e lê as pistas para o outro jogador tentar descobrir o número secreto.
  4. Se acertar, quem adivinhou fica com a ficha. Se errar, quem leu as pistas fica com a ficha.
  5. Vence quem conquistar mais fichas ao final.

Quando a matemática aparece em forma de investigação, ela retoma seu lugar de origem: uma maneira potente de observar, perguntar, testar e concluir. É isso que o “Número Secreto” oferece: um convite para que cada criança se sinta capaz de pensar matematicamente e encontre prazer em descobrir, pista a pista, como os números se organizam e fazem sentido.

É isso, gostou do que viu por aqui? Que tal me deixar saber?

Um abraço e até o próximo post.

Referência Bibliográfica

BIGODE, Antonio J.L; FRANT, Janete Bolite. Matemática: soluções para dez desafios do professor. São Paulo: Ática, 2011.

Clique no link abaixo para adquirir o arquivo PDF contendo:

  • 30 fichas;
  • 01 tabuleiro;
  • 01 embalagem;
  • Instruções de uso.

Para você imprimir, montar e jogar 🙂

Talvez você queira saber:

1. Para qual faixa etária o jogo é indicado?

O Número Secreto é indicado, em geral, para crianças de 6 a 9 anos, podendo variar conforme os conhecimentos prévios da turma. Para as crianças menores ou em fase inicial, é fundamental oferecer apoio concreto e visual (tampinhas, palitos de picolé) para os cálculos, além, claro, de mediação próxima do adulto.

2. Como organizar a dinâmica do jogo com a turma?

Funciona muito bem jogar em duplas, alternando os papéis de leitor e detetive a cada carta; em turmas maiores, organize estações e faça rodízio entre as duplas.

3. Como lidar com erros e evitar chutes?

Estabeleça a regra de que a criança só responde depois de ouvir as três pistas e sempre com justificativa do tipo “é 50 porque…”. Peça que ela liste dois ou três candidatos no tabuleiro e vá eliminando cada um dizendo qual pista descartou, antes de decidir. Ofereça feedback imediato, perguntando “Por que você eliminou este número?” e modelando o raciocínio quando preciso.

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