Ponto Final & Companhia

Ponto Final & Companhia

O-lá!

Escrever bem vai além de saber regras gramaticais ou dominar a ortografia. Uma frase pode estar correta do ponto de vista sintático, sem nenhum erro de grafia, conter palavras bem escolhidas — e, ainda assim, ser mal compreendida.

É que a clareza na escrita não depende apenas do que se escreve, mas de como se conduz o leitor por aquilo que foi escrito. E é aí que entra a pontuação.

A pontuação funciona como uma espécie de mapa: orienta a leitura, indica pausas, entonações, marca o ritmo e dá sentido ao texto. Como diz Cláudio Moreno (2004, p. 8):

Esta é, como veremos, a única (e preciosa) função dos sinais de pontuação: orientar o leitor para a melhor maneira de percorrer os textos que escrevemos.

E para entender o valor disso, vale uma curiosidade histórica:

Você sabia que a pontuação não nasceu junto com a escrita?
Durante séculos, os textos eram escritos sem vírgula, sem ponto e sem espaço entre palavras. Essa prática se chamava scriptio continua e era comum em manuscritos gregos e latinos da Antiguidade até a Idade Média.

Por que escreviam assim?

  • Possivelmente porque o papiro e o pergaminho eram caros.

  • Porque a fala não tem pausas visuais.

  • E porque se lia em voz alta — e o leitor experiente entendia.

Mas aí… veio a leitura silenciosa.
E com ela, a necessidade de pausas visuais para compreender o texto. Foi assim que surgiram os sinais de pontuação e os espaços entre palavras: para organizar o pensamento na página.

Ou seja, a pontuação não é um detalhe.
Ela é um recurso que o leitor aprendeu a precisar.

E essa orientação é fundamental desde o início do processo de alfabetização. Quando ensinamos uma criança a usar um ponto final, por exemplo, não estamos apenas ensinando um sinal gráfico — estamos mostrando que toda ideia tem começo, meio e fim. Estamos ajudando a organizar o pensamento e a torná-lo comunicável.

A vírgula, por sua vez, exige mais do que conhecimento técnico. Ela pede escuta. Ensina a reconhecer pequenas pausas, a dar ritmo, a separar ideias que caminham juntas. Os dois-pontos, os sinais de interrogação e de exclamação — todos têm uma função que vai além da gramática: são recursos para dar vida à escrita.

E, como tudo que envolve leitura e escrita, a pontuação também precisa ser ensinada de forma significativa.

Hoje eu trouxe uma ideia divertida para aguçar a argumentação. Um jogo no qual as crianças são expostas a situações práticas e precisam decidir qual pontuação utilizar. O bacana é que a proposta incentiva a discussão e a exposição de pontos de vista entre elas. Isso vai além de simplesmente dizer se está certo ou errado. Entende?

Sugestão de uso:

  1. Coloque o tabuleiro sobre uma superfície plana. Embaralhe as cartas e forme uma pilha com elas. Entregue a cada jogador marcadores (como botões, pedrinhas etc.).

  2. Na sua vez, o jogador pega uma carta do topo da pilha. Lê a frase em voz alta e diz qual sinal de pontuação está faltando: ponto final, vírgula, ponto de exclamação, ponto de interrogação ou dois-pontos.

  3. Os outros jogadores devem concordar com a resposta. Caso haja dúvida, o grupo pode discutir até chegar a um consenso.

  4. Em seguida, o jogador marca uma casa no tabuleiro que contenha o mesmo sinal de pontuação mencionado.

  5. Vence quem, ao colocar seu marcador, completar uma linha inteira (na horizontal ou vertical), mesmo que outros jogadores tenham marcado parte dela.

  6. Para finalizar, que tal escolher uma das frases e propor que as crianças criem um pequeno texto a partir dela?

É isso! Espero que as informações que deixei aqui tenham sido úteis para você.
Um abraço e até o próximo post.

Referência Bibliográfica

MORENO, Cláudio. Guia prático do português correto: pontuação. Porto Alegre: L&PM Editores, 2004.

Clique no link abaixo para adquirir o arquivo digital formato PDF contendo:

  • 30 cartas com frases;
  • 01 tabuleiro;
  • 01 embalagem;
  • Instruções de Uso.

Para você imprimir, montar e jogar.

VALOR PROMOCIONAL DE LANÇAMENTO SOMENTE ATÉ AMANHÃ (31/07/2025)

Talvez você queira saber:

1) O jogo pode ser usado como introdução ao conteúdo de pontuação ou é mais indicado após explicação prévia?
Pode ser usado das duas formas. Como introdução, ele desperta curiosidade e favorece conversas significativas sobre os sinais e suas funções. Já após uma explicação prévia, o jogo funciona como excelente forma de fixação, promovendo argumentação e aplicação prática do que foi aprendido.

2) O jogo pode ser utilizado em contextos de reforço escolar ou intervenção psicopedagógica?
Sim! O jogo é versátil e pode ser adaptado para diferentes contextos. Em atendimentos psicopedagógicos, por exemplo, ele permite observar como a criança compreende o funcionamento da pontuação e favorece intervenções mediadas, com foco na linguagem, leitura e organização do pensamento.

Comentar