O-lá!
É comum associarmos os jogos ao lazer e à descontração. E de fato, eles cumprem bem esse papel. Mas, na prática educativa, o jogo vai além: ele se transforma em um território fértil para o desenvolvimento do pensamento.
Quando propomos uma atividade lúdica, o que está em jogo não é apenas vencer ou perder. Está em jogo o modo como a criança observa, planeja, compara, experimenta, erra, tenta de novo. É ali, nesse entrelaçar de ações e decisões, que o cérebro se exercita de maneira potente e significativa.
Mas quando… ou até quando podemos utilizar jogos?
Celso Antunes (2023, p. 15, grifo do autor) nos lembra:
[…] Poder-se-ia dizer a ‘vida inteira’, mas com prioridade na fase dos dois aos doze anos, pois no início dessa fase o organismo produz mielina, uma substância que envolve os neurônios e que ajuda a aumentar a velocidade na transmissão das informações.
Ou seja: quanto mais estímulos adequados nessa fase, maiores as possibilidades de fortalecer as rotas neurais e ampliar a capacidade de aprendizagem.
Os jogos são um excelente caminho para isso, especialmente quando planejados para desenvolver diferentes áreas do saber. Em uma única proposta é possível articular linguagem escrita, noções matemáticas, pensamento lógico, atenção, memória e organização espacial. Tudo de forma viva, concreta e engajada.
O jogo “Tira, põe” é um ótimo exemplo dessa integração. Com ele, estimulamos a alfabetização e a construção do número (adição, subtração), além de outras habilidades. Vamos ver como utilizar?
Sugestão de uso:
- Coloque o tabuleiro em uma superfície plana.
- Espalhe as fichas com sílabas.
- Sorteie quem iniciará.
- Cada criança, na sua vez, joga os dois dados. Um deles determina se ela deve colocar fichas sobre o tabuleiro ou tirar. O outro dado indica a quantidade.
Importante: Oriente a criança a ler em voz alta as sílabas antes de colocá-las ou retirá-las. - Vence quem completar o tabuleiro colocando a última ficha.
Gostou?
As crianças podem formar palavras com as fichas das sílabas. E se você quiser focar apenas em matemática, pode utilizar o mesmo tabuleiro e os dados, substituindo as fichas de sílabas por botões.
Veja mais detalhes no vídeo que segue abaixo.
Um abraço e até o próximo post!
Referência Bibliográfica:
ANTUNES, Celso. Estimular o cérebro da criança. São Paulo: Vozes, 2023.
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- 01 tabuleiro;
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- Instruções de uso.
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Talvez você queira saber:
1. O que fazer quando a criança tem dificuldade em formar palavras com as sílabas?
Nesse caso, o mais importante é respeitar o estágio em que a criança se encontra. Se ela ainda não consegue formar palavras com autonomia, o adulto pode fazer intervenções leves: dar dicas, perguntar “o que será que pode começar com essa sílaba?”, ou mesmo ajudar a montar palavras conhecidas. Aos poucos, com a repetição e o envolvimento no jogo, a criança tende a se apropriar das regularidades da escrita e formar palavras com mais facilidade.
2. De que forma o jogo trabalha a construção do número e o pensamento matemático?
O jogo exige que a criança compreenda e manipule quantidades: ela precisa identificar o número sorteado no dado, contar corretamente, colocar ou retirar fichas do tabuleiro e acompanhar o efeito dessas ações no jogo coletivo. Isso favorece a noção de número, a contagem, a adição e a subtração, além de estimular o pensamento lógico e a antecipação de resultados.
3. O jogo pode ser utilizado em grupo ou é melhor em dupla?
O “Tira, põe” foi pensado para funcionar bem em grupo. Como o tabuleiro é coletivo, o revezamento entre as crianças promove a interação social, o respeito à vez do outro e a observação das jogadas. No entanto, ele também pode ser jogado em duplas, caso o número de crianças seja menor ou o espaço limitado. Ambas as formas são válidas — o mais importante é que a experiência seja significativa e envolvente.
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