O-lá!
A alfabetização é um dos marcos mais importantes no desenvolvimento humano. É por meio dela que a criança tem acesso à leitura e à escrita, ampliando suas possibilidades de compreender o mundo, de expressar pensamentos e de participar da vida em sociedade. Mais do que decifrar códigos, alfabetizar-se significa abrir caminhos para a autonomia e para a construção de uma cidadania plena.
A UNESCO nos lembra da dimensão social e ética desse processo:
[…] Aprender as habilidades de literacia é um direito humano básico que tem sido negado principalmente para os grupos mais marginalizados, o que implica necessidade de políticas mais equitativas e que se fundamentam em evidências.[…] (UNESCO, 2019 apud SARGIANI, 2022, p. 2)
Esse direito de aprender a ler e a escrever com autonomia, no entanto, é um desafio que precisa envolver todos: professores, gestores educacionais, governos, famílias e a sociedade em geral. Sabemos que não é fácil, desde as condições estruturais de ensino até a busca por recursos eficientes que tornem a alfabetização um caminho suave de descobertas e de alegria. É nesse ponto que os jogos podem contribuir de forma significativa. Ao transformar a aprendizagem em experiência lúdica, eles ajudam a criar um ambiente de encantamento, favorecendo o envolvimento da criança e reforçando o trabalho do professor. O brincar, quando aliado ao ensinar, gera memórias afetivas e fortalece a construção de competências.
Por isso, neste Dia do Professor, trago este jogo como um mimo, um presente que representa não apenas gratidão, mas também o desejo de contribuir com o trabalho diário e incansável de quem dedica sua vida a ensinar. É um recurso simples, mas que pode (assim espero!) somar forças ao trabalho de quem alfabetiza.
O jogo “Trilha de Frases” foi pensado para aproximar oralidade e escrita. Nele, a criança lê o início de uma frase (por exemplo: “O menino pulou…”) e, ao jogar o dado, deve completá-la oralmente com a figura em que parar no tabuleiro. Assim, leitura e produção oral acontecem de forma integrada e divertida.
Como explica Zorzi (1998, p. 21):
[…] em suas fases iniciais a escrita sofre grande influência da oralidade. Porém, na medida em que a escrita vai se tornando mais independente da oralidade e adquirindo as características formais que a definem como modelo de linguagem padrão, ‘escrita nível 2’ pode produzir transformações na própria oralidade […].
Essa reflexão mostra como a escrita, no início, apoia-se fortemente na oralidade, mas também como, ao se desenvolver, ela passa a influenciá-la de volta, refinando o modo como a criança organiza e expressa suas ideias.
Habilidades estimuladas com o “Trilha de Frases”:
- Leitura: prática e compreensão de frases curtas.
- Escrita criativa: imaginação e autoria ao completar frases de diferentes maneiras.
- Oralidade: ao ler em voz alta e compartilhar sua produção, a criança organiza ideias e constrói sentido.
- Pensamento lógico: coerência entre o início da frase e a figura do tabuleiro.
- Argumentação: justificar frases engraçadas ou sem sentido estimula a defesa de ideias e o diálogo.
Sugestão de uso:
- Coloque o tabuleiro em uma superfície plana e as cartas em uma pilha.
- Cada criança, na sua vez, pega uma carta da pilha e joga o dado.
- Ela deve avançar com o peão a quantidade sorteada e completar a frase usando a figura da casa onde parou.
- Ganha o jogo quem chegar ao final da trilha primeiro.
Observação: Algumas frases formadas podem soar engraçadas ou até sem muito sentido. O essencial é que a criança leia em voz alta e compartilhe sua produção, valorizando a oralidade. Ao explicar ou justificar suas escolhas, ela exercita a argumentação e descobre que até frases inesperadas podem gerar boas conversas e reflexões. E, em muitos casos, uma frase sem sentido pode ser ajustada coletivamente até ganhar coerência.
Gostou do mimo? Que tal depois de jogar com as crianças voltar aqui para me contar como foi a sua experiência? Vou amar saber!
Referências Bibliográficas:
SARGIANI, Renan. Alfabetização baseada em evidências: como a ciência cognitiva da leitura contribui para as práticas e políticas educacionais de literacia. In: SARGIANI, Renan (org.). Alfabetização baseada em evidências: da ciência à sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2022.
ZORZI, Jaime Luiz. Aprender a escrever: a apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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