O-lá!
A leitura e a escrita só ganham sentido para a criança quando ela percebe para que servem os textos. E isso só acontece a partir do contato com diferentes gêneros desde cedo. Listas, convites, avisos, anúncios, receitas, histórias, poemas, mensagens, manuais… cada gênero traz uma intenção diferente e uma forma própria de se organizar, de comunicar e de existir no dia a dia.
A criança precisa perceber que a escrita está por toda parte e que ela pode ser usada para brincar, informar, planejar, emocionar, orientar, organizar e muito mais. Como afirma Ana Albuquerque (2022, p. 79):
Para a compreensão da funcionalidade, é importante a familiarização com diferentes suportes de escrita, que remetam para múltiplas utilizações, como o lazer, a comunicação, o caráter informativo, a gestão de rotinas do dia a dia, etc.
Quando apresentamos às crianças diferentes gêneros textuais, estamos oferecendo muito mais do que leitura. Estamos abrindo portas para que elas se apropriem da linguagem escrita como ferramenta de ação no mundo, compreendendo sua função, estrutura e contexto.
Por isso, ao pensar em recursos pedagógicos, é fundamental garantir que o trabalho com textos vá além do “aprender a ler” e inclua também o “aprender a ler com sentido”.
Hoje eu trouxe como sugestão o jogo “Gêneros Textuais”. Vamos ver como utilizar?
Sugestão de uso:
Deixe que a criança escolha uma ficha, leia o texto com atenção e, depois, peça que sinalize a qual gênero textual aquele texto pertence.
Você pode adaptar a dinâmica de várias formas:
• Jogar em dupla ou em grupo;
• Usar como uma atividade de rodízio em estações de aprendizagem;
• Criar um mural coletivo com os gêneros já identificados;
• Ou utilizar como recurso diagnóstico, observando como a criança lê, compreende e classifica os textos.
Mais do que acertar ou errar, o objetivo é permitir que a criança reflita sobre a função do texto, relacione com situações da vida real e perceba o valor da leitura como prática social.
Gostou?
Um abraço, e até outro post…Hehe!
Referência Bibliográfica:
ALBUQUERQUE, Ana. Linguagem escrita na educação infantil: práticas pedagógicas promotoras da aprendizagem em sala de aula. In: SARGIANI, Renan (org.). Alfabetização baseada em evidências: da ciência à sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2022
Clique no link abaixo para adquirir o arquivo PDF contendo:
- 27 cartelas;
- 01 embalagem;
- Instruções de Uso.
Para você imprimir, montar e jogar.
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Talvez você queira saber:
1. Devo fazer um trabalho prévio com os gêneros antes de utilizar o jogo? Ou ele pode ser usado como introdução ao tema?
O jogo pode ser utilizado das duas formas, mas seu potencial é ampliado quando vem após uma vivência prática com textos reais.
Como o próprio texto do site sugere, apresentar previamente uma variedade de gêneros em seu suporte real (receitas, avisos, panfletos…) permite que a criança tenha referências mais concretas para compreender os textos do jogo. Isso favorece uma leitura mais significativa e uma melhor argumentação ao classificar os textos.
2. Como garantir que a criança esteja realmente compreendendo o texto e não apenas “chutando” o gênero?
A chave está em conversar com a criança após a escolha.
Depois que ela sinaliza o gênero textual da ficha, pergunte algo como:
— O que te fez pensar que esse texto é uma receita?
— O que tem nesse texto que lembra um aviso?
Essas perguntas estimulam a metacognição: a criança reflete sobre o próprio pensamento e passa a justificar com base em pistas do texto (formato, vocabulário, estrutura, intenção comunicativa…).
Além disso, quando o jogo é feito em dupla ou grupo, ouvir os colegas justificando também amplia o repertório argumentativo.
3. Quais estratégias posso usar para aprofundar a discussão sobre função social do texto após o jogo?
Depois do jogo, você pode propor uma roda de conversa com perguntas como:
- Em que situações do dia a dia você já viu um texto assim?
- Para que serve esse tipo de texto? Quem costuma escrever ou ler isso?
Outra possibilidade é propor pequenas produções textuais com propósito real:
- Fazer um convite para um evento fictício na escola,
- Criar um aviso para ser colado na porta da sala,
- Escrever uma lista de compras de faz de conta,
- Produzir uma receita com base em um lanche que fizeram.
Essas práticas ampliam o entendimento de que o texto não é apenas um conteúdo escolar, mas algo que existe para agir no mundo — e que a criança também pode produzir.
Aqui no nosso site temos um jogo no qual as crianças são desafiadas a escrever textos de diversos gêneros: o “Missão Literária“.
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